sábado, 27 de outubro de 2012

Um pouco da história dos celtas e druidismo

Os Celtas



Os celtas integram uma das mais ricas civilizações do mundo antigo. As origens desta civilização remontam ao processo de desenvolvimento da Idade do Ferro, quando estes teriam sido os responsáveis pela introdução do manuseio do ferro e da metalurgia no continente europeu. De fato, o reconhecimento do povo celta pode se definir tanto pela partilha de uma cultura material específica, quanto pelo uso da língua céltica.
Não compondo uma civilização coesa, os celtas se subdividiram em diferentes povos entre os quais podemos destacar os belgas, gauleses, bretões, escotos, batavos, eburões, gálatas, caledônios e trinovantes. Durante o desenvolvimento do Império Romano, vários desses povos foram responsáveis pela nomeação de algumas províncias que compunham os gigantescos domínios romanos.
Do ponto de vista econômico, podemos observar que os celtas estabeleceram contato comercial com diferentes civilizações da Antiguidade. Por volta do século VI a.C., a relação com povos estrangeiros pode ser comprovada pela existência de elementos materiais de origem etrusca e chinesa em regiões tipicamente dominadas pelas populações célticas.
Por volta do século V a.C., os celtas passaram a ocupar outras regiões que extrapolavam os limites dos rios Ródano, Danúbio e Sanoa. A presença de alguns armamentos e carros de guerra atesta o processo de conquista de terras localizadas ao sul da Europa. Após se estenderem em outras regiões europeias, os celtas foram paulatinamente combatidos pelas crescentes forças do Exército Romano.
A sociedade céltica era costumeiramente organizada através de clãs, onde várias famílias dividiam as terras férteis, mas preservavam a propriedade das cabeças de gado. A hierarquia mais ampla da sociedade céltica era composta pela classe nobiliárquica, os homens livres, servos, artesãos e escravos. Além disso, é importante destacar que os sacerdotes, conhecidos como druidas, detinham grande prestígio e influência.
A religiosidade dos celtas era marcada por uma série de divindades que possuíam poderes únicos ou tinham a capacidade de representar algum elemento da natureza ou animal. Com o passar do tempo, alguns mitos e deuses foram incorporados pelo paganismo romano e, até mesmo, na trajetória de alguns santos cristãos. Atualmente, a Irlanda é o país onde se encontram vários vestígios da cultura céltica.


Ancestrais Celtas - História dos Ancestrais Celta



Ainda na Idade do Bronze, um conjunto de culturas da Europa Central possuía certos costumes semelhantes, características da região Reno-Danúbio. Essas culturas se estabeleceram na região chamada "Campo das Urnas", em referência às tradições funerárias.

Esses povos, por volta dos anos 1200 a.C. - 1000 a.C., começaram um processo de individualização: Os Celtas no ocidente, eslavos no norte, os povos de língua latina no sul e os ilírios no sudeste.

A Idade do Ferro é dividida em duas civilizações distintas, sendo que a primeira delas é a cultura Hallstatt (nome que provêm dos túmulos da cidade austríaca homônima). Esta fase inicial da Idade do Ferro, que vai de 800 a.C. a 450 a.C., foi caracterizada pela confecção de armas de bronze e grande armas de ferro. Acredita-se que os celtas foram o primeiro povo da Europa a efetivamente usar e trabalhar o ferro. Foi neste período que após diversas excursões, os celtas concluíram a ocupação das Ilhas britânicas.

No século VI a.C. ainda, portanto, no período hallstattiano, os celtas atingiram a península Ibérica, onde formaram o povo celtibero. A segunda fase da Idade do Ferro, chamada La Tène em alusão a uma cidade no norte suíço, marcou o afloramento da cultura e da expansão celta.

 

Religião Celta - História da Religião Celta

 

Introdução

Antes de qualquer explicação ou exposição da religião dos celtas é necessário rever certos conceitos. Não podemos encara-la como uma instituição ou mesmo como algo que coexistia com outros campos da vida das pessoas. Não existia um momento para a pessoa trabalhar, outro para se divertir e outro para se dedicar à religião. A religião estava em tudo isso, era ela quem norteava o comportamento e a conduta dos celtas. O trabalho, os tempos de entretenimento, a arte, enfim, tudo estava ligado à religião.

O druidismo é ainda um assunto bastante obscuro e objeto de diversos estudos que tentam esclarece-lo. Portanto, todas fontes de informação que se tem sobre a religião dos celtas (e não são poucas) deve-se ter certa cautela ao aceita-las como verdades absolutas. Sites da Internet existem centenas tratando do assunto, cada um dizendo algo diferente. Livros existem outras centenas (muitos deles, logo nas primeiras páginas se nota que não são estudos sérios). Já me deparei com livros psicografados assinados por Druidas ancestrais – sem duvidar da capacidade mediúnica, mas logo no prefácio já podia se perceber que o livro não passava de uma grande farsa. O misticismo está em voga: duendes, fadas, cristais mágicos, incensos e coisas do gênero estão sendo banalizados pelo lucrativo mercado das bugigangas. Dessa forma o conhecimento ancestral se torna produto de lojinha de “shopping center” e, com isso, abre espaço para que uma corja de pessoas se auto-intitulem conhecedoras do assunto e passam a propagar um amontoado de mentiras somente para vender! Por isso, logo de cara, aviso: Não sou dono da verdade e tento, ao máximo, “filtrar” o tipo de informação que divulgo na Casa Celta, principalmente se tratando da religião dos celtas. O texto que segue tem como intuito expor todas as correntes de pensamento (obviamente, levando em consideração somente as coerentes)

Druidismo

Alguns estudiosos preocupam-se em discernir duas correntes religiosas: a céltica e a druídica. Embora muito semelhantes (levando-se em conta que a céltica é derivada da druídica) existe uma tendência a fazer certas considerações. Acredita-se que o celtismo era mais rudimentar e mais ligado ao culto da Mãe Natureza, enquanto o druídismo apegava-se a diversas divindades ligadas à natureza.

Pode-se afirmar que o druidismo se baseava em dois grandes princípios: o Respeito à Natureza e na crença da imortalidade. Os druidas eram os sacerdotes e presidiam as cerimônias religiosas, e exerciam outras funções que serão discutidas mais à frente.

Acreditavam na figura suprema da Deusa-Mãe e em divindades“elementais” (do ar, da água, do fogo e da terra). Alguns estudiosos atestam o politeísmo do povo celta, outros já o consideram monoteísta e todas as divindades nada mais eram que extensão de uma Deusa-Mãe. Outros os descrevem como monoteístas, que cultuavam o deus-fogo Beal, ligado ao sol (a exemplo de Ra para os egípcios).

Algumas árvores tinham importante significância na religião celta, como era o caso do carvalho (ligada à sabedoria e ao druidas), o freixo (ligado à proteção), o salgueiro (ligado às divindades da água), e etc. Alguns animais também tinham sua simbologia - o touro, por exemplo, estava representava a fertilidade e a serpente ligada à sabedoria.

A crença na alma e na vida após a morte está presente no druidismo. Os celtas acreditavam na existência do “Outro Mundo”, aonde residem os antepassados e demais espíritos. Acreditavam também que determinadas pessoas eram dotadas do poder de comunicação com este mundo. Acredita-se que o fato de os guerreiros celtas serem bravos e destemidos venha da certeza que eles tinham de que a morte nada mais é que uma passagem.

Como eram os rituais celtas para honrar seus deuses isto é difícil precisar. Sabe-se que as cerimônias eram realizadas em lugares abertos, em campos e florestas. As florestas de carvalho eram de predileção dos druidas, pelo fato do carvalho ser considerado uma árvore sagrada. Nestes locais construíam-se círculos de pedras, onde eram realizadas as cerimônias religiosas - o mais famoso deles é Stonehenge.
No entanto, estudos recentes defendem que estes círculos de pedra, na verdade, eram usados como observatórios astronômicos e não como construções religiosas. Com isto, abre-se espaço para discussão dos elementos de culto dos celtas e dos druidas, o que faria do druidismo uma religião fortemente influenciada pelas estrelas e pela observação dos astros (como a religião egípcia).

Vestígios arqueológicos confirmam que os druidas conduziam sacrifícios humanos, porém, as razões e a maneira como este tipo de cerimônia era realizado ainda é obscura.


Druidas

No druidismo – como o próprio nome sugere – os líderes religiosos eram o Druidas, que constituíam uma classe privilegiada dentro da sociedade celta. Eram eles que presidiam as cerimônias religiosas, realizavam os sacrifícios humanos e conduziam oráculos. Além das funções religiosas, desempenhavam as funções de educadores, juízes e eram os responsáveis pela conservação da história e da tradição celta. Eram sábios e tinham conhecimentos de medicina, agricultura e astronomia. É importante lembrar que os druidas, temerosos aos registros escritos, passaram todo seu conhecimento oralmente de geração para geração. As mulheres também integravam a classe druídica. Eram, em sua maioria, profetizas.

Os druidas eram a única classe que transcendia as divisões tribais. Foram os grandes responsáveis pela unidade do mundo celta. Onde hoje está localizada Orleánais (França), estes sacerdotes organizaram uma grande assembléia geral, cuja sede situava-se nas proximidades de onde hoje é a cidade francesa de Sully-sur-Loire.

Roma logo condenou o druidismo, percebendo que os druidas eram a grande força política do mundo celta. Mesmo assim eles perduraram até a Idade Média, na Irlanda, e até o século V na Gália.

Pouco se sabe sobre os druidas, exatamente pelo fato de não fazerem uso da escrita (embora, crê-se que eles tiveram conhecimento de um sistema de escrita rúnico). Contudo, pode-se afirmar que eles existiram, exerciam grande influência na vida céltica e eram extremamente privilegiados nos conhecimentos. Relatos registram a coragem dos druidas na defesa de sua crença, sendo que muitos morreram durante a repressão romana. Especula-se que os druidas não eram originários da civilização celta, o que faz deles um povo distinto, cuja história e origem pouco se sabe.


História dos Druidas

Sem dúvida o que mais caracterizava a sociedade celta era a presença dos druidas, um classe diferente de médico-sacerdote-historiadores e tudo mais que se pode pensar.
A sociedade celta estava divida em apenas 3 classes, o rei, os druidas, e os homens. Sendo que os druidas eram superiores aos reis.
Falar em druida, entretanto, não é tão fácil, a palavra engloba muitas e muitas funções, seria semelhante a falar "intelectual" nos dias de hoje, o termo engloba várias profissões.
Eram tão especializadas as funções dos druidas que eles tinham universidades, com especializações, etc.

São 6 os tipos mais comuns de druidas:

Os Druida-Brithem  - Estes eram os juizes. Os celtas nunca chegaram a ter suas leis escritas, apenas os brithem a conheciam, assim a função deles era percorrer as casas e as cidades e resolver impasses que surgissem.

Os Druida-Liang - Eram os médicos e curandeiros. Em geral passavam mais de 20 anos em seus estudos antes de praticarem a cura, tinham especializaçòes entre si, entre eles estavam as ervas, as cirurgias (como a de transplante de coração) entre outras.

Os Druida-Scelaige (Bardos)  - Eram os narradores, eles tinham como função apenas repetir a grande história dos celtas que lhe haviam sido contada por outros scelaige. (A escrita era proibida a não ser para rituais de religião) Apenas repetiam para que a história não fosse esquecida. Também juntavam à sua história as novas trazidas pelos sencha

Os Druida-sencha - Já que os sceilage ficavam trancados apenas repetindo, estes deveriam percorrer as terras celtas e compor novas histórias sobre o que estava acontecendo, estas seriam repassadas aos scelaige que as decoraria.

Os Druidas-Filid - Eram a mais alta classe dos druidas, a sua função eram o contato direto com os deuses. O mago merlin (da mitologia arthuriana) é um druida filid.

Os Druidas-Poetas (Bardos) - Uma vez que os druidas Scelaige decoravam a história, era preciso que alguém as aprendesse e contassem ao povo, essa era a função dos poetas, que mantinham a tradição celta viva.